Agora, depois dessa breve introdução, buscaremos dentro da história da humanidade, e do desenvolvimento de seu conhecimento, as diferentes explicações que surgiram para a natureza da luz.

As primeiras respostas

“A teoria ajuda-nos a suportar a nossa ignorância dos fatos. ” – George Santayana

Um dos primeiros registros de que temos acesso sobre o estudo da natureza da luz provém do começo da era helenística, com Euclides. Não há muitas informações sobre a vida de Euclides, mas acredita-se que ele viveu na época de Ptolomeu I (século III a.C.), e que fundou o estudo da matemática no Museu de Alexandria. Em suas obras encontramos um belíssimo estudo da natureza da luz, feito através da reflexão em espelhos (WEINBERG, 2015).

Esses experimentos, desenvolvidos durante o século V a.C., fundamentavam uma ideia chamada de atomismo grego. Você deve ter fresco na memória o conceito de átomo, da menor parte da matéria, que aprendemos na escola. Essa ideia também se aplicava, conforme os experimentos demonstravam, à luz.

Ainda nessa época, a maioria dos gregos entendia o funcionamento da visão como uma luz que sai do olho, atinge o objeto e retornava à sua origem. Mas, cientistas islâmicos, no mesmo período, já tinham uma visão mais atual que envolve o olho recebendo a luz das coisas que vê, a qual é interpretada pelo cérebro (ABREU, 2014).

O embate de ideias

“Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo.” – Demócrito

Até o período denominado por Revolução Científica (século XVI ao XVIII), as ideias mais aceitas se baseavam no atomismo grego. Começou nesse período, porém, uma discussão sobre a possibilidade de a luz ser composta ondas ao invés de partículas.

A visão atomista era apoiada por fenômenos óticos (reflexão e refração), como o observado no experimento do prisma feito por Isaac Newton, enquanto a teoria ondulatória passou a ser defendida por cientistas como Christiaan Huygens (1629-1695).

Durante o século XVIII praticamente se esqueceu a teoria ondulatória. Isso se deu em parte pela interpretação incorreta sobre a natureza das supostas ondas, como também pela forte influência da teoria de Newton. Mas, na virada para o século XIX essa disputa reacendeu (FORATO, 2016).

Crédito da imagem de capa:

Pintura de Jean-Leon Huens (1921-1984), Sir Isaac Newton.

Referências:

Uma Breve História da Ciência, de Iuri Abreu (2014).

O éter, a luz e a natureza da ciência, por Thaís Cyrino de Mello Forato (USP, 2016).

Para Explicar o Mundo: A Descoberta da Ciência Moderna‎, de Steven Weinberg (2015).