Depois de duas horas de descida, a espaçonave metálica na forma de disco, repousou numa planície de inundação escura coberta por pedras de gelo de água a uma temperatura centenas de graus abaixo de zero.

A sonda alienígena trabalhou freneticamente para coletar e transmitir dados e imagens sobre o ambiente.

Em poucos minutos a nave mãe passaria abaixo do horizonte, cortando sua ligação com o mundo e silenciando sua voz para sempre.

Embora pareça narração de um filme de ficção foi exatamente isso que aconteceu com a sonda Huygens, no dia 14 de Janeiro de 2005, a 12 anos atrás quando ela pousou em Titã.

A sonda Huygens foi um projeto da ESA que viajou junto com a sonda Cassini da NASA, se separou da nave mãe no dia 20 de Dezembro de 2014, para a sua aventura solitária de 20 dias.

A sonda coletou amostras da atmosfera de Titã sempre densa e repleta de névoa, analisando a complexa química orgânica, e medindo a intensidade do vento.

A Huygens fez centenas de imagens durante a descida, revelando as terras altas brilhantes e acidentadas cruzadas por grandes canais de drenagens e ravinas íngremes.

A área onde a Huygens pousou era uma superfície escura, granulada que lembrava muito o leito seco de um lago.

Hoje a sonda Huygens descansa silenciosamente na gelada superfície de Titã, sua missão foi concluída poucas horas depois de ter tocado o solo, enquanto que a sonda Cassini continua sobrevoando não só o satélite, mas todo o sistema de Saturno, desde 2004.

Esse feito, realizado a 12 anos atrás é um marco até hoje na exploração espacial.

Foi a primeira e única vez até o momento que uma sonda pousou em um satélite do Sistema Solar que não fosse a nossa Lua.

As imagens revolucionaram nossa visão sobre Titã, mostrando canais e feições na sua superfície que servem como guia hoje para analisarmos as imagens feitas da órbita.

Além de tudo isso, para a engenharia aeroespacial o pouso da Huygens, é até hoje o pouso mais distante já feito por um artefato humano no Sistema Solar.

Titã nos ajuda a entender sobre a química da Terra e até mesmo levanta a possibilidade desse pequeno mundo ser habitável ou não.

Realmente mais um momento marcante na história da exploração humana pelo Sistema Solar e que sempre deve ser lembrado.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=6718