A quase vinte anos atrás um foguete Titan IV se ergueu de uma torre de lançamento em Cabo Canaveral em meio a uma nuvem de fumaça: um cilindro pontudo ladeado por dois boosters poderosos. No nariz deste veículo ia uma sonda com dois nomes: Cassini-Huygens. Seu destino era o segundo maior planeta do Sistema Solar: Saturno.

Giovanni Domenico Cassini (1625-1712), o astronômo e matemático italiano que descobriu 4 luas de Saturno (Jápeto, Reia, Tétis e Dione) nunca imaginou que dar nome um veículo que viajaria até o grande planeta. Outro contemporâneo de Cassini, o holandês Christiaan Huygens (1629-1695) também descobriu uma lua de Saturno: Titan, a maior delas.  Assim a NASA e a ESA homenagearam dois grandes astronômos ao batizar esta sonda.

Depois de fazer duas passagem próximas a Vênus em 1998 e 1999 a sonda retornou a cercanias da Terra apenas para pegar mais impulso. Em 2000 a Cassini-Huygens passou por Júpiter e só atingiu seu destino principal em 2004. Desde que entrou em órbita a sonda descobriu 7 novos satélites saturnianos elevando o número acima de 60 satélites conhecidos.  Das 17 luas sobrevoadas, a grande lua Titan foi um alvo especial. Em 2005 o orbiter Cassini se separou do  lander Huygens. Este último penetrou a atmosfera titaniana em janeiro revelando um mundo envolto em nitrogênio frio e lagos de metano.

A sonda Cassini fez sobrevoos bem próximos a lua Encélado o que revelou atividade geológica na forma de uma superfície mais lisa (com poucas crateras) e plumas de água saindo do pólo sul.

Dia 15 de setembro é o dia marcado para o fim da missão: um mergulho destruidor na atmosfera de Saturno. Queimar a sonda como uma meteoro foi uma solução radical. Isto evita uma possível contaminação devido a um impacto com alguma lua futuramente. Assim termina um capítulo glorioso da exploração do Sistema Solar.

Para saber mais sobre o adeus a Cassini visite o sites abaixo:

https://saturn.jpl.nasa.gov/mission/grand-finale/overview/

https://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/main/index.html