Confesso que comecei a assistir este filme só porque achei o nome bonitinho. “A flor do deserto” parecia o nome pra um romance meio água com açúcar, daqueles que a gente assiste quando quer rir um pouco sem precisar pensar muito. Mas acabou que fui surpreendida e não foi pouco.
A personagem principal da trama é Waris Dirie, (interpretada pela etíope Liya Kebede) uma garota que mora nas ruas de Londres. Logo no inicio ela faz amizade com uma vendedora inglesa (interpretada por Sally Hawkins) que lhe dá abrigo e a ajuda a encontrar um emprego. No decorrer do filme acompanhamos Waris ser descoberta por um fotógrafo e subir cada vez mais os degraus da fama no mundo da moda.
Mas o que torna este filme bom e, de certa forma chocante, é o que descobrimos do passado de Waris. Ela nasceu em uma tribo no interior da Somália e ainda na infância passou por uma cerimonia de mutilação genital, algo comum a todas as garotas de sua região. Aos 13 anos foi prometida em casamento a um senhor de 60 anos pelo seu pai. Foi então que decidiu fugir para a capital do seu país e de lá acabou indo para Londres.
Waris Dirie aproveitou sua fama para falar em favor de todas as meninas que passam pelo mesmo sofrimento de sua infância e acabou se tornando embaixadora da ONU. Em 2002 ela fundou a ONG Flor do Deserto que dá às famílias uma ajuda de custo para que, em troca, elas não submetam as meninas à mutilação genital e nem ao casamento forçado.
Além do dinheiro a ONG oferece alimentos e assistência médica até as garotas completarem 18 anos e terminarem os estudos, durante este período elas devem ser levadas ao hospital pediátrico regularmente para que um médico ateste que a integridade delas está sendo preservada.
Confira o trailer do filme: