A dieta “Low Carb” tem sido muito falada hoje em dia. Não acho que seja considerada uma dieta da moda, o que há hoje é uma banalização do termo, sendo usado de forma errônea e até mesmo exagerada pelas pessoas e pela mídia.

Vamos entender melhor o que ela é. “Low”, em inglês, significa baixo, e “Carb” é uma abreviação para carboidrato. “Low Carb” é o nome dado a uma estratégia nutricional utilizada desde o século XIX no tratamento da obesidade e também no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis. A sua eficácia nesses tratamentos vem sendo demonstrada por inúmeros ensaios clínicos randomizados e suas meta-análises.

É preciso saber que comer “Low Carb” não tem nada a ver com zerar carboidratos, comer muito bacon, nem encher o café com algum tipo de gordura. Significa diminuir a quantidade de carboidratos que se consome (visto que hoje em dia a população em geral está comendo muito mais do que deveria), deixando de basear a alimentação em grãos, pães, massas e bolos, e sim, baseando em vegetais (principalmente verduras e legumes), oleaginosas, azeite de oliva, frutas, e gorduras naturais dos alimentos (carne de animais e ovos).

Essa estratégia pode de fato trazer bons resultados no processo de perda de peso, e por essa razão tem ganhado muitos adeptos pelo mundo. Vamos entender melhor como funciona esse processo de emagrecimento?

Primeiramente, quem diminui a quantidade de carboidratos na alimentação passa a ter menos fome e mais saciedade. Passa a comer menos vezes por dia e, consequentemente, ingere menos calorias. Mesmo não limitando a quantidade de calorias, as pessoas tendem a comer menos.  E essa é uma das maiores vantagens de uma dieta “Low Carb” para quem quer emagrecer: diminuir a quantidade de calorias ingeridas sem passar fome.

Além disso, ao diminuir a oferta de carboidratos, o nosso corpo precisa utilizar a glicose que temos estocada no fígado, músculos e principalmente no tecido adiposo (que são as nossas famosas gordurinhas). É nesse momento que acontece a perda de gordura, através de um processo conhecido como gliconeogênese.

Dentro desse contexto, vale a pena falarmos sobre uma grande preocupação de algumas pessoas quanto ao fato de “glicose ser o combustível do cérebro”. Quanto a isso, temos dois pontos relevantes. O primeiro é que, como já foi dito, comer “Low Carb” não é zerar os carboidratos da dieta, e sim comer de forma equilibrada. Portanto, não haverá falta desse nutriente. Outro ponto muito importante é lembrar que a glicose é tão essencial ao funcionamento do cérebro que o nosso fígado produz cerca de 200g por dia, o que é uma quantidade mais que suficiente para seu funcionamento (a quantidade necessária gira entre 100g e 120g). Como se não bastassem essas duas fontes (alimentação e fígado), o nosso corpo ainda tem a capacidade de produzir corpos cetônicos a partir da quebra da gordura corporal. Estes são responsáveis pelo suprimento de quase todos os órgãos, inclusive o cérebro. E digo mais: diferente do que quem não entende sobre bioquímica e fisiologia afirma, os corpos cetônicos não são tóxicos. A sua produção excessiva (5 a 10 vezes acima dos níveis fisiológicos) associada à um nível alto de glicemia, sim! Essa situação chama-se cetoacidose, e não acontece em pessoas saudáveis. Assim, não há razão para uma pessoa saudável se preocupar.

Entenda que ninguém precisa fazer essa estratégia para perder peso. Existem inúmeras outras, e sem dúvidas a melhor delas é aquela a qual você melhor se adapte e consiga manter.  Para que se faça uma dieta saudável de verdade, seja ela “Low Carb” ou não, é imprescindível que ela seja baseada em comida de verdade. Entende-se por comida de verdade tudo o que a natureza oferece para a gente, e não a indústria alimentícia.

Por exemplo, opte por oleaginosas em vez de barras de cereais. Escolha frutas em vez de biscoitinhos (mesmo integrais). Ovos no lugar das torradas e dos pães. Em vez de refrigerante, água.

Faça boas escolhas. Cuide do seu bem mais precioso: A sua saúde.

E para mais dicas, informações como essa, e receitas, siga o meu Instagram @elisarlobo.

Até a próxima.

 

Elisa Lobo. Apaixonada por nutrição (apesar de cansada de responder se “banana pode?”), radialista, e mãe de 2 (ou três se colocar o marido pra jogo).