A maioria de nós, precisa de um trabalho para pagar as suas contas, pagar o aluguel, e suprir outras necessidades diárias, o que somente é possível na manutenção de uma função remunerada. Porém, nas últimas décadas, um assunto vem sendo cada vez mais citado entre pesquisadores e pessoas da sociedade, visto o avanço rápido das tecnologias de inteligência artificial.

 

Mas qual é a relação da inteligência artificial com o meu trabalho?

Esse questionamento, embora não seja mais tão comum, ainda ocorre em alguns locais, e ele pode ser respondido de maneira simples com o conceito de automação. O receio de que robôs com inteligência artificial vão roubar nossos empregos não é novo, sendo objeto de várias obras de ficção.

Ocorre que, saindo dos filmes e livros, essa é uma discussão que começou a ser levada a sério quando da existência, de fato, de entidades autônomas que estão substituindo os seres humanos em alguns tipos de trabalho. Essa já é uma realidade, com grandes tendencias de se tornar algo cada vez mais comum comum em escala global, com muitos empregos sendo substituídos por máquinas.

É importante ressaltar que o trabalho humano, e as conquistas por direitos trabalhistas  foram frutos de muitas lutas, protestos e reivindicações que melhoraram as condições do ambiente de trabalho e também proporcionaram maior segurança ao trabalhador.

Mas pensando em uma perspectiva de que a maioria dos trabalhos efetivamente vai ser substituída pela automação, devemos buscar encontrar maneiras de superar esse problema, pois, como visto, a tecnologia aumenta a cada instante, gerando novas possibilidades para a inteligência artificial.

 

Para que servem os direitos trabalhistas se não existirem vagas de emprego?

Diante disso, devemos entender que de nada vale existirem os direitos do trabalhador se as vagas de trabalho estiverem todas ocupadas por máquinas autônomas, gerando um esvaziamento de sentido sem precedentes. Com isso, podemos buscar e encontrar respostas para essa realidade que se aproxima na proteção dos direitos básicos dos seres humanos.

Podemos, inclusive, pensar que o mundo hoje se encontra em uma 4° revolução industrial, pautada pela tecnologia de inteligência artificial e automação, com o intuito e baseado em uma lógica capitalista de maximizar os lucros e minimizar as despesas. É importante ressaltar, que máquinas não precisam descansar, elas não ficam doentes e nem têm problemas pessoais, tornando a substituição do humano perfeita, dentro dessa lógica perversa do capital.

 

O que podemos fazer?

Pensando em uma perspectiva moderna, uma ideia importante começa com a tributação dos entes autônomos, que deveria ser feita pela questão da produção, visto que as máquinas têm um grande potencial de gerar valor. Então, uma máquina pagaria impostos baseado na quantidade de valor que geraria durante a sua vida útil, arrecadando quantidades de dinheiro bastante expressivas para alimentar o Estado.

Dessa maneira, o Estado poderia pensar na criação de um importante mecanismo que seria usado para proteger as pessoas da falta de empregos gerada pela automação. Com isso, podemos falar em uma perspectiva de uma renda básica universal para todos os habitantes da sociedade, o que iria terminar com a insegurança da perda de postos de trabalho pelo uso da tecnologia.

Renda básica é um valor pago pelo estado a cada membro ou residente credenciado de uma sociedade, independentemente se ele deseja ter um emprego remunerado, se ele é rico ou pobre, não importando também outras fontes de renda que essa pessoa possa ter e independente dos seus arranjos domésticos

 

Com isso, os valores auferidos pela tributação das máquinas autônomas, poderia ser usado para fomentar um grande programa de bem-estar social e de renda básica para todos, gerando uma sociedade menos desigual e com pessoas que têm as suas necessidades atendidas.  Isso poderia gerar uma sociedade com um grande acesso a bens de consumo, em que as pessoas poderiam se ocupar com atividades lúdicas, deixando o trabalho pesado e desagradável para as máquinas.

Por mais que isso pareça bastante utópico, podemos citar o exemplo da Finlândia, que testou um modelo de renda básica em seu país e publicou memorandos e informações sobre a experiência. Em relatório, foi constatado que os beneficiários da experiência demonstraram um aumento na qualidade de vida, com resultados positivos para a nação. Esse foi o primeiro teste em larga escala sobre a temática.

Mas e ai? O que você pensa sobre o tema? Deixe seu comentário e vamos conversar sobre a possibilidade de uma renda universal fomentada pela tributação das máquinas.