É 2022, e damos início a mais uma nova lista de resoluções de ano novo. “Novo ano, novo eu! Dessa vez vou cumprir todas!”, dizemos a nós mesmos. Mas… porque é tão difícil? E o que se pode fazer para mudar isso?
Primeiramente, feliz 2022, leitor! Já fez a sua lista de desejos para o novo ano? E em 2021, quantos itens você riscou da sua lista? Tudo bem, eu te entendo, é mais difícil do que parece ser. E sem dúvidas, é frustrante quando a gente põe tantas metas e acaba tendo tanta dificuldade em alcançá-las.
Não existe receita de bolo, mas posso te trazer algumas ideias sobre como construir uma lista que seja realista o suficiente, e como implementar essas dicas no seu dia-a-dia. Não é bem o Freud, mas… a psicologia explica!
Frustração
Listas de ano novo tendem a focar demais nos resultados. Emagrecer, parar de fumar, tornar-se menos tímido, são objetivos específicos demais para que se trace um plano de ação, além de dirigirem o seu olhar a coisas que você não gosta em si mesmo ou em sua vida. Isso faz com que você se sinta frustrado ao não cumprir as metas, abalando sua auto estima e sua motivação. O que fazer sobre isso?
Direcionando e construindo
Dividir os objetivos gerais em subtópicos de objetivos específicos (sim, quase um projeto de pesquisa) faz com que seja mais fácil traçar um caminho. Vamos usar o “parar de fumar” como exemplo. Você pode dividir na diminuição gradual da frequência e quantidade de cigarros por dia. Nas duas primeiras semanas, você reduz 10% da quantidade, nas próximas reduz 15%, e assim sucessivamente, até alcançar o seu objetivo principal.
Entender que o cumprimento de metas é um processo longo e precisa ser planejado é o que diminui a chance de frustração. Quando dividimos uma tarefa maior em pequenas tarefas, e nos permitimos comemorar o sucesso de cada uma dessas tarefas menores, mantemos a motivação para partir para a próxima etapa. Estabeleça prioridades e prazos, revise seu plano de ação e risque aquilo que já fez. Assim consegue visualizar seu progresso e celebrar suas pequenas conquistas!
Mas é importante ressaltar que o cumprimento de objetivos parte do pressuposto de que existe uma vontade de cumpri-los. Não adianta você colocar na sua lista “parar de fumar” se você encara isso como uma obrigação, e não uma vontade intrínseca. O QUERER faz parte do processo motivacional.
Disposição, organização, controle e disciplina
Mais do que querer, alguns objetivos demandam que você saiba lidar com os impasses que impedem o cumprimento deles. Você precisa ter disciplina para traçar as metas menores, cumpri-las e, às vezes, dizer não. Entender seus limites também é importante. Saber até onde quer ir, e mais do que isso, até onde consegue ir.
O cumprimento de metas pode demandar que você se encontre em situações desconfortáveis, pois sair de uma zona de conforto é, muitas vezes, necessário para estabelecer uma mudança. Esse desconforto é passageiro. Uma vez que você se acostuma, tudo se torna mais fácil.
Títulos assustadores
Ali em cima coloquei títulos generalistas. Emagrecer, parar de fumar, são títulos com tons negativos e podem assustar um pouco. Encarar sua lista e ver objetivos tão grandiosos pode fazer com que você evite a frustação por medo de falhar. Porque não substituir “parar de fumar” por “fumar menos”? “Tornar-se menos tímido” por “fazer novos amigos”? “Reclamar menos” por “encontrar três coisas positivas na minha semana”?
Às vezes, estabelecemos metas tão altas que pensamos não ser capazes de cumpri-las. A forma como nomeamos essas metas é importante para que nosso cérebro não encare elas como algo ameaçador. Emagrecer é assustador! Mas fazer qualquer tipo de exercício físico uma vez por semana é bem mais realista e bem mais saudável emocionalmente.
Visualizar, traçar, cumprir!
Reforce sua mente com imagens do que você almeja alcançar. Às vezes imprimir uma foto do lugar para o qual você sonha em viajar, ou colocar na sua escrivaninha o brasão da instituição para a qual você sonha em trabalhar, ajuda a manter a mente focada no objetivo.
Mas não se cobre tanto! O processo deve ser prazeroso. Focamos tanto no resultado, que esquecemos que até chegar nele existe todo um caminho para percorrer. Esse caminho não precisa ser ruim. Na verdade, não deve ser. Aproveite a caminhada! E se precisar mudar o curso, não se preocupe tanto.
Se recompense!
Comemore os pequenos progressos! Vencer os marcos e se permitir sentir o prazer da vitória é o que mantém você motivado para alcançar as novas etapas. E é o que torna a caminhada prazerosa também! Maratonistas nem sempre chegam ao fim da corrida. Mas bater seus recordes é tão incrível quanto. E às vezes…
Tá tudo bem se você entender que, na verdade, isso não é bem o que você quer
Reavaliar metas é imprescindível. O resultado que precisamos nem sempre é o que queremos alcançar. Talvez trocar sua moto por uma caminhonete era o seu sonho, mas no meio do caminho, percebeu que um Celta duas portas era bem mais em conta dentro da sua realidade. E ficou feliz com isso!
Por isso o resultado não é o mais importante. Porque durante o processo, nós passamos por inúmeros momentos de autoconhecimento e redescoberta daquilo que almejamos e do que é plausível dentro da nossa realidade. Comprar um yatch de dois milhões é impossível para uma pessoa que vive de um salário mínimo. Entender isso e buscar uma canoa emprestada lhe fará mais feliz do que a frustração de todo ano não conseguir comprar o bendito yatch por 500 reais e duas balas de menta.
Mãos a obra!
Confesso que não sou de escrever listas de fim de ano, prefiro as listas de metas para a vida. Mas depois de terminar esse texto, talvez eu te acompanhe nessa jornada! Acho que faz sentido, né? Dividir as metas para a vida em metas para cada ano… Ah, mas falamos sobre essa lista em outro momento. Vamos em frente com nossos planos, e no fim do ano a gente conversa para ver até onde chegamos, pode ser? Um feliz (e cheio de conquistas) 2022 para você!