O Santo Graal da Inteligência Artificial é a chamada IAG (Inteligência Artificial Geral), uma IA capaz de realizar qualquer atividade intelectual igual ao melhor ser humano de cada área, ou seja, uma máquina que seria o Einstein em todas as especialidades. Hoje existe uma corrida entre as big techs para alcançar a IAG, e não há dúvida de que quem fizer isso primeiro terá um poder absurdo no mundo. Alguns, como eu, acreditam que a IAG surgirá ainda nesta década; outros acham que virá em menos de 5 anos. Pelo andar exponencial das IAs, pode ser possível ocorrer até antes disso.
Fato é que, no momento em que a IAG chegar, ela poderá fazer diversas coisas interessantes, incluindo a tarefa de projetar uma máquina ainda mais inteligente, uma SIA (Superinteligência Artificial). No entanto, não sabemos quão rápido ela seria capaz de realizar essa e outras tarefas realmente impactantes no mundo. O próprio Einstein levou 10 anos para refinar sua teoria da relatividade e passou o resto da vida buscando um jeito de unificar a relatividade com o eletromagnetismo, sem sucesso. Não é porque surgiu uma IAG que imediatamente o mundo será transformado. Talvez falte processamento ou energia suficiente para que ela rode de maneira rápida. Talvez falte um jeito eficiente de enviar zilhões de dados para a máquina analisar. Talvez ela leve anos para conseguir projetar a máquina superinteligente ou para descobrir coisas revolucionárias como novos materiais incrivelmente leves e resistentes, novas formas de energia limpa e barata, ou qualquer outro avanço profundamente transformador (o que pode incluir impactos negativos, caso essa máquina não esteja tão interessada no bem da humanidade). Essa máquina, que agora é capaz de transformar profundamente a humanidade, para o bem ou para o mal, chamaremos de IAT, uma Inteligência Artificial Transformativa.
O processo que ocorre do surgimento da IAG até a chegada da IAT é o que chamamos de Decolagem. Pense num avião decolando na pista. Enquanto ele está ganhando velocidade sobre o asfalto, ainda há formas de segurar o avião ou meios de interferir com o voo. Alguém pode desligar seu motor ou bloquear a passagem com um obstáculo. Fato é que o avião ainda está no chão e acessível a nós, humanos, que também estamos no chão. Mas, no momento em que ganha velocidade suficiente para alçar voo, o avião se torna capaz de realizar tudo para o qual foi de fato projetado, além de escapar permanentemente das nossas rédeas. Esse é o ponto que chamamos de Singularidade Tecnológica, e queremos muito que esse avião seja pilotado por uma IA benevolente, ou, como eu gosto de chamar, uma IAmiga. Hoje existe muita especulação se a decolagem será rápida ou devagar. A diferença entre elas pode ter consequências enormes. Me diga se você tem interesse em saber mais sobre a Decolagem ou outros assuntos ligados à IA, que aí eu me animo em continuar a escrever por aqui.