Assim que o ser humano começou a viajar no espaço surgiu a necessidade de ter um lugar maior e mais permanente em órbita: um satélite tripulado. Algo bem maior que uma capsula espacial onde o astronauta pudesse trabalhar e descansar: uma estação espacial. A ideia é tão interessante que vários enredos de ficção científica usaram estações espaciais como ambiente.
Atencipando Estações Espaciais
Em 1869 temos a primeira descrição de um satélite tripulado no conto de ficção científica: The Brick Moon (A Lua de Tijolos) de Eduard Everett Hale. Os pais da astronáutica moderna, Konstantin Tsiolkovsky e Hermann Oberth, foram os primeiros a pensar seriamente em estações espaciais nas primeiras décadas do século XX. Mais tarde, o conceito de gravidade artificial através de rotação foi desenvolvido: primeiro por Herman Potočnik, depois por Wernher von Braun e Vladmir Chelomey. Pena que, até hoje, este recurso não foi aplicado em nenhum veículo espacial. A ideias de Von Braun por muito tempo formaram a semente das estações espaciais da ficção.
Estações Espaciais Reais
A primeira estação espacial foi colocada em órbita pela URSS em 1971 foi a Salyut 1. Foram sete Salyuts ao todo até 1991. Do aprendizado com estas estações surgiu a MIR primeira estação espacial modular, isto é, composta por módulos acoplados que permitiram a estação crescer aos poucos. O primeiro módulo foi lançado em 1986 e foi tripulada de forma contínua até o bem perto do final da sua vida útil em 2001. Foi visitada por naves Soyuz e Ônibus Espaciais. A Mir foi importantíssima para a concepção da ISS (International Space Station) iniciada em 1998 e até hoje se encontra em órbita.
Convém lembrar da estação americana Skylab lançada no final do programa Apollo em lançada em 1973 para concorrer com as Salyuts soviéticas. Reentrou na atmosfera de forma não planejada em 1979.
Links interessantes:
http://astronomia.blog.br/satelite-de-tijolos/
Veja também Wikipedia
Estações Espaciais da Ficção
Desde as revistas pulp fiction do Flash Gordon e Buck Rogers a imaginação midiática sempre previu habitações orbitais que serviriam de fortalezas, estaleiros e portos espaciais.
O seriado de TV Thunderbird Are Go de 1965 de Gerry e Silvia Anderson foi um dos primeiros a mexer com a minha imaginação: como seria viver numa estação espacial? Parecia tediosa a rotina de John Tracy a bordo da Thunderbird 5, uma estação espacial que servia para monitorar comunicação para um grupo de Salvamento Internacional.
Não poderia deixar de chamar a atenção para o clássico 2001, uma Odisseia no Espaço. Aquela estação gigantesca girando entre a Terra e a Lua sempre vai ter seu lugar entre as estações espaciais da ficção científica no cinema.
Lançadas muito próximas duas séries de TV usaram como ninguém o ambiente de estações espaciais: Star Trek: Deep Space Nine (janeiro de 1993 a 1999) e Babylon 5 (fevereiro de 1993 a 1998). Ambas séries usaram um ambiente político e tenso entre raças alienígenas como pano de fundo para discussões profundas da melhor ficção científica. Há algum debate sobre quem copiou a ideia do outro, apesar das séries serem praticamente simultâneas. Ver Tor Com. Sou um fã total de DS9 com suas discussões éticas e religiosas. Não vi muito de B5 (no Brasil não passou, até onde eu sei, em TV aberta) mas o pouco que vi amei.
Para citar uma estação espacial mais recente nada melhor do que o filme Elysium (Neill Blomkamp, 2013). Trata-se de uma estação em forma de anel que também utiliza gravidade artificial gerada por aceleração centrífuga. O mais legal é a discussão sócio-política gerada pelo fato de que a estação é uma espécie de paraíso para uma elite enquanto os demais mortais se estrepam na superfície favelada do resto do planeta Terra.
Para uma excelente lista de estações espaciais sugiro este artigo do site Momentum Saga.
Sobre a parceria de Wernher Von Braun com Walt Disney na divulgação espacial o vídeo de 1955 é um achado:
https://www.youtube.com/watch?v=1ZImSTxbglI