– Meritíssimo, gostaria que a arma do crime não entre no processo, pois ela foi achada depois da prisão.
– Aceito. A promotoria pode se pronunciar.
– Senhoras e senhores membros do júri, estamos aqui para provar que o réu usou uma faca pra matar e abusar de 27 pessoas…
– Protesto, meritíssimo! A que faca ele se refere?
– Ora, essa aqui!
– Meritíssimo, essa hipotética faca foi retirada do processo.
– Mas o réu foi pego sujo de sangue, ao lado de corpos esfaqueados…
– E como as vítimas poderiam ter sido esfaqueadas? Com as mãos?
– Com esta faca!
– Hipotética faca retirada do processo.
– Mas temos aqui fotos dele entrando em uma loja pra comprar a faca…
– Sim, o réu tem facas. É possível que ele tenha comprado facas para matar e abusar de pessoas. Mas não há qualquer prova cabal e inequívoca que esta faca foi usada para o crime em questão.
– Mas é essa faca aqui! Ela tem o sangue das vítimas e o DNA do réu!
– Hipotética faca retirada do processo.
– Mas os principais comparsas do réu já delataram e disseram que ele matou essas pessoas!
– Vamos mesmo acreditar nesta corja de assassinos que estão se aproveitando para ganhar benefícios em troca de acusar meu cliente sem provas?
– Mas eles nos entregaram a faca!
– Hipotética faca retirada do processo.
– Mas a Polícia Federal e o Ministério Público apresentaram provas incontestáveis que o réu estava no local do crime, tinha motivações e capacidade de fazer isso.
– Sabemos que a PF e o MP são órgãos políticos que estão fazendo uma caça às bruxas aos cidadãos de bem. E eles não conseguiram provar como meu cliente poderia ter matad…
– Com esta faca!!!
– Hipotética faca retirada do processo… membros do júri, por favor, está claro que a promotoria falha em provar qualquer nexo entre meu cliente e as vítimas. Peço que ele seja libertado imediatamente!
*INOCENTE! INOCENTE!*
. . .
Todo dia um 7 a 1. Nem que às vezes seja um 4 a 3.