No episódio desta semana vamos explorar o passado em busca de nossa própria história através da Historiografia, afinal, para entendermos o nosso presente, precisamos estudar o nosso passado. Vamos viajar no tempo enquanto passamos dos primórdios da humanidade à mais avançada civilização, de rabiscos em cavernas às enciclopédias virtuais, do grito ao discurso, de nômades a habilidosos astronautas.

O que aprendemos em quase 15 mil anos? Tudo que fazemos é história? A versão dos vencedores é a que conta? Descobriremos juntos por que a arte de cultivarmos o próprio alimento nos ajudou a evoluir e nos transformou na sociedade como a conhecemos.

Silmar, Ronaldo, Matheus, Marcelo Gabriel contam hoje com a ajuda do convidado especial Eduardo Spohr para questionar e refletir:  já que o historiador raramente pode comprovar os fatos que estuda, por que estudamos a História?

Comentado neste episódio:

  • Pra que estudar História?: texto retirado do blog Jim’s Adventurous World, em que o autor apresenta em forma de analogia os principais motivos para se estudar História.
  • Alteração de livros escolares no Japão: eliminação de fatos históricos em que o Japão esteve envolvido, principalmente (e sem muito espanto) os massacres e crimes contra a humanidade cometidos por eles durante a 2ª Guerra Mundial.
  • People Influence Painting: pintura reunindo pessoas que influenciaram fortemente a sociedade em que viveram, e cujas imagens quando clicadas levam a suas respectivas biografias na wikipedia americana.

 

Cinema

  • The Agricultural Revolution (Crash Course World History): John Green investiga os primórdios da civilização humana, mostrando como as pessoas desistiram da caça e da coleta para se tornarem agricultores, e como essa mudança tem influenciado o mundo em que vivemos hoje.
  • Indus Valley Civilization (Crash Course World History): neste episódio da serie Crash Course, John Green comenta sobre o desenvolvimento da Civilização do Vale do Indo (atual Paquistão), uma das maiores e mais antigas que se tem notícia.
  • A história do Mundo em 2 horas: produção do canal History Channel de 2002, que conta um pouco  sobre a história do Mundo moderno.

 

Literatura

  • 1984 (George Orwell): publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário, personificado na figura cruel e cínica do Grande Irmão. É atribuída a Orwell a famosa frase: “a história é sempre contada pelos vencedores”.
  • 1822 (Laurentino Gomes): Laurentino desvenda os acontecimentos históricos com uma metodologia sem falhar e que se lê com um sorriso nos lábios. O livro 1822 pretende mostrar que país era este que a corte de D. João deixava para trás ao retornar a Lisboa, em 1821. Vai falar do Grito do Ipiranga, das enormes dificuldades do Primeiro Reinado, da abdicação de D. Pedro, em 1831, sua volta a Portugal para enfrentar o irmão, D. Miguel, que havia usurpado o trono, e a morte em 1834. Disponível em versão dupla (1822+1889)
  • Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (Leandro Narloch): nesse livro, o jornalista Leandro Narloch prefere adotar uma postura diferente que vai além dos mocinhos e bandidos tão conhecidos. Ele mesmo, logo no prefácio, avisa ao leitor: “Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.” É verdade: esse guia enfurecerá muitas pessoas. Porém, é também verdade que a história, assim, fica muito mais interessante e saborosa para quem a lê.
  • Azincourt (Bernard Cornwell): Azincourt (ou Agincourt) é um romance histórico, publicado no ano de 2008, cuja trama se desenrola em torno de eventos relacionados à Guerra dos Cem Anos, tendo como ápice a famosa batalha que dá nome ao livro. Doentes, famintos e em grande desvantagem numérica, os ingleses contrariam todas as expectativas e impõem uma pesada derrota ao forte exército francês. A vitória é atribuída, principalmente, à destreza e à valentia dos arqueiros ingleses.

 

Games

  • Assassins Creed: é uma série de jogos eletrônicos de ficção histórica de ação-aventura e stealth da Ubisoft Montreal, criada por Patrice Marla Desilets. A série é centrada em uma eterna batalha travada entre assassinos e templários ao longo da história da humanidade. A maior parte da série é contada a partir da visão de Desmond Miles, que, por meio das memórias de seus ancestrais, revive épocas como a Terceira Cruzada da Terra Santa, o Renascimento e a Revolução Americana, na esperança de encontrar alguma forma de deter os Templários que querem instaurar uma Nova Ordem Mundial.
  • Age of EmpiresCivilization e Total War: apesar de nem sempre esses jogos seguirem a história factual, trabalhando muito com os “e se…”, eles passam imagens incríveis, que podem auxiliar os alunos em sala de aula a imaginar como era, por exemplo, a vestimenta dos soldados ingleses no século XVIII, ou como eram as formações de guerra romanas na Antiguidade, ou até o crescimento das civilizações humanas, sempre buscando recursos e novas terras, para continuar crescendo.
  • Axis & Allies: lançado originalmente em 1981, é um jogo tático de tabuleiro que busca representar a Segunda Guerra da maneira mais fiel possível. Com o passar dos anos o jogo foi recebendo atualizações, como revisão de regras, novos países e unidades. Em todas as edições do Axis & Allies, os jogadores jogam como os principais beligerantes da Segunda Guerra Mundial: Alemanha, Japão, União Soviética , Reino Unido e Estados Unidos. Em algumas edições também se adicionam os seguintes países: Itália, China, França, Austrália e Nova Zelândia.
  • Kingdom Come: Um RPG bastante realista que coloca o jogador em uma Europa Medieval (mais ou menos na Região da Boêmia – Polônia). O desenvolvedor tem uma idéia ambiciosa, tentando mostrar, com a maior riqueza de detalhes possíveis, como era a vida de um europeu na Europa dos anos 1400. O curioso slogan deles é “Dungeons and NO Dragons”. Ainda em estágio de produção, o beta do jogo será lançado em Dezembro de 2015, e seu desenvolvimento foi todo financiado via kickstarter.

 

Saiba Mais

  • Apologia da História Ou o Oficio do Historiador (Marc Bloch): Bloch é um dos principais historiadores da Escola de Annale, uma das mais importantes vertentes de estudos sobre a História, que visa a “quebra” daquela história positivista (ou seja, aquela que só se preocupa em memorizar o fato, a data e os principais líderes do fato histórico em questão). Bloch compôs esse livro, que visa tentar explicar os princípios da historiografia e da profissão do Historiador, durante seu período na prisão.
  • Escritos sobre a História (Fernand Braudel): Braudel foi a figura principal da 2ª Geração da Escola de Annales, que herdara os trabalhos e ideologias de Bloch e Febvre, que fundaram a Escola de Annales e o termo “história vista de baixo”, destacando a importância dos relatos do homem comum para entender a história em si. Neste livro, Braudel destaca os principais fundamentos e métodos que tornam a História uma Ciência.
  • As Escolas Históricas (Guy Bourdé e Hervé Martin): Bourdé e Martin, ambos historiadores da vertente de Annales, analisaram toda a linha de desenvolvimento da Ciência Histórica desde seus primórdios até as recentes modificações e desenvolvimentos da área no período de vivência deles. Nesta obra, compreenderemos as teorias, os métodos historiográficos e as diferentes formas de escrita do que nos é passado. Esta é uma obra para professores e alunos, assim como a todos aqueles que procuram compreender melhor a problemática das Ciências Sociais e Humanas.