A forma como nós tratamos certas doenças não mudou muito desde a revolução dos antibióticos. Apesar do grande avanço na área, o axioma sempre foi o mesmo. Com o desenvolvimento da biotecnologia, novas fronteiras podem agora ser melhor visualizadas. Um tema que vem se destacando há um tempo é a possibilidade do que se pode fazer com as células-tronco.
As células-tronco diferem de outros tipos de células do corpo humano. Elas são capazes de se renovar quase indefinidamente e de se transformar em células mais especializadas, com potencial para reparar ou substituir tecidos e órgãos específicos.
Foram descobertas há mais de 100 anos e são, sem dúvida, uma das fronteiras mais promissoras da pesquisa científica. Poderemos passar de tratamentos standard, para tratamentos totalmente personalizados.
Células-tronco podem ser colhidas de dentes de leite, por isso, talvez (coloque bastantes apas nesse ”””’talvez””’) seja uma boa ideia preservá-las em bancos de células-tronco para uso futuro em tratamentos médicos.
Pesquisas mostram que as células-tronco podem ser colhidas de dentes de leite de crianças e ter potenciais usos odontológicos e médicos na reparação e regeneração de tecidos. Existem instalações comerciais para a preservação e armazenamento de células-tronco dentárias para uso futuro, mas tudo isso tem um preço.
Quando tais usos potenciais para as células-tronco dentárias vão realmente acontecer ainda não se sabe.
Dadas as suas capacidades regenerativas únicas, as células-tronco oferecem novos potenciais para o tratamento de doenças como diabetes, problemas cardíacos, transplantes e câncer, só pra citar alguns exemplos. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para entender como usar essas células e criar terapias para tratar uma doença ou resolver um transplante de órgão. Esse tipo de pesquisa/terapia é conhecida como medicina regenerativa ou reparadora.
Existem dois tipos básicos de células-tronco: embrionárias e adultas . As primeiras só podem ser colhidas de embriões humanos, enquanto as últimas são encontradas em uma variedade de tecidos humanos, como medula óssea, sangue do cordão umbilical, gordura e, desde 2003, dentes de leite. Os cientistas descobriram que a polpa dos dentes de leite é rica em um tipo de células-tronco que tem propriedades únicas:
As células-tronco crescem rapidamente em cultura e, com cuidado em laboratório, têm o potencial de induzir a formação de células dentinárias, ósseas e neuronais especializadas.
Se os estudos de acompanhamento estenderem essas descobertas iniciais, os cientistas especulam que podem ter identificado uma fonte importante e facilmente acessível de células-tronco que possivelmente poderia ser manipulada para reparar dentes danificados, induzir a regeneração do osso e tratar lesões ou doenças neurais.
Outra inovação na tecnologia de células-tronco é a implementação de bancos desse tipo de células. Especificamente, bancos de células do cordão umbilical ou dentárias, com o objetivo de permitir aos pais criopreservar e armazenar células estaminais de crianças para uso em possíveis tratamentos médicos reparativos ou regenerativos mais tarde.
No Brasil já existem alguns bancos que colhem e preservam esse tipo de material. Com uma rápida pesquisa e preenchimento de alguns formulários, você vai ver que não é uma coisa tão barata.
A principal questão que a maioria dos pais enfrenta, então, é se os benefícios potenciais de preservar os dentes de seus filhos justificam as despesas. Acho difícil responder a essa pergunta.
A pesquisa está em andamento e o futuro parece promissor, mas ninguém pode prever quando ou em que grau essas promessas serão cumpridas. Até o momento, o Ministério da Saúde ainda não aprovou o uso de células-tronco dentárias em qualquer procedimento médico. Apesar disso, existe a possibilidade do SUS aprovar um tipo de tratamento com células-tronco. Você pode ver isso nesse link.
Considerando as incertezas e o custo, seria prudente que os pais procurassem a opinião de um profissional médico experiente e ponderassem cuidadosamente a sua decisão antes de investir em um banco de armazenamento de dentes de leite.
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