Apesar de ser bem menor que a Terra, nosso vizinho vermelho possui o dobro de satélites naturais que o nosso planeta. Enquanto a Lua ilumina as noites por essas bandas, no Planeta Vermelho quem dá as caras é Phobos e Deimos. No entanto, ao contrário de nossa lua, a origem dos dois satélites de Marte nunca foi clara. Eles poderiam ser asteroides que acabaram sendo capturados pelo planeta; poderiam ser formados do próprio planeta; poderiam ser satélites caseiros; dentre outras possibilidades.
Agora, um estudo divulgado na revista Nature Geoscience sugere que Phobos e Deimos podem ser tudo o que restou de uma família maior que originou-se em decorrência de um impacto gigante com o planeta vermelho, bilhões de anos atrás.
O novo estudo descobriu que o impacto de um asteroide com o planeta formou um anel de rochas fundidas que pode ter sido um terreno muito fértil para a origem de um conjunto de satélites maiores, relativamente perto de Marte. Esses satélites podem ter agrupado detritos remanescentes na parte exterior do anel, o que formaria Phobos e Deimos.
Pascal Rosenblatt e seus colegas, astrônomos do Observatório Real da Bélgica, em Bruxelas, fizeram simulações em computador que apoiam a teoria, mostrando como os satélites foram formados. Na simulação, os detritos do impacto acabaram caindo em Marte, deixando para trás um par de satélites muito semelhantes à Phobos e Deimos.
Uma das principais evidências que corroboram a teoria é o fato da “chuva de luas” ainda não ter acabado. Enquanto Deimos estabilizou sua órbita, Phobos está continuamente desenvolvendo fraturas, ao mesmo tempo em que, lentamente, marcha em direção ao planeta vermelho.