Cientistas descobriram que larvas de peixe expostos a microplástico, durante seu desenvolvimento, têm seu comportamento alterado e crescimento retardado, aumentando o nível de mortalidade. Também descobriram que, num ambiente com muito microplástico, a larva preferem a partícula do mesmo à zooplanctôn.
Microplásticos são partículas originadas da fragmentação plásticos descartados ou de plásticos manufaturados de pequeno tamanho (como as microesferas presentes em esfoliante). Este lixo microscópico chega aos oceanos por meio de canais d’água ou lagos, e se acumula aumentando as concentrações na área costeira.
O aumento do acúmulo de microplástico pode estar afetando os ecossistemas marinhos, mas o conhecimento de seu impacto sobre os animais marinhos é limitado. Esta foi a primeira vez que cientistas conseguiram mostrar que o desenvolvimento dos peixes está ameaçado por esta poluição.
Peixes criados em diferentes concentrações de partículas de microplásticos reduziram a taxa de eclosão e desenvolveram comportamentos anormais, os níveis testados em laboratório são semelhantes aos encontrados em muitos habitats costeiros e vários lugares do mundo, segundo o biólogo marinho, Oono Lönnsterdt.
Larvas expostas a elevadas concentrações de microplásticos de poliestireno apresentaram retardo em seu desenvolvimento e menor atividade, em relação aos peixes criados em água sem microplásticos. Os cientistas acreditam que isto tenha relação com a preferência em se alimentar de partículas de microplásticos e ignorar sua alimentação, o zooplanctôn. Além disso, verificou-se que peixes expostos a microplásticos ignoram o cheiro do predador, o que deveria evocar comportamentos anti-predação inatos.
A falta do comportamento de defesa torna a larva mais vulnerável aos predadores. Quando os colocados junto aos predadores, os peixes expostos ao microplástico foram capturados e comidos quatro vezes mais rápido do que peixes de controle; com todos os peixes expostos ao microplástico mortos em 48 horas.
Essa resposta em larvas de peixes se traduz em aumento da taxa de mortalidade, resultando em aumento do risco de predação na natureza, e afetando a manutenção das populações de peixes.
Se esses efeitos causados pelo microplástico, nos estágios iniciais a vida, se repetirem em outras espécies, os efeitos nos ecossistemas aquáticos podem ser profundos. Por isso é importante o desenvolvimento de novas estratégias de gestão ou de produtos biodegradáveis, que reduzam a liberação de produtos que geram microplásticos.
Fonte: Science Daily