É o começo do fim do buraco na camada de ozônio. Novas análises indicam que o buraco – que se forma a cada primavera, no hemisfério Sul, e que deixa a luz ultravioleta chegar a superfície terrestre – está menor em relação ao ano 2000.
Em 1987, o Protocolo de Montreal buscava reduzir o buraco da camada de ozônio, banindo os clorofluorcarbonetos (CFCs) – usados em produtos refrigerantes, tais como ar condicionado e geladeiras – que aceleraram a perda de ozônio na estratosfera.
Cientistas encontraram indícios de que o buraco na camada de ozônio está se reduzindo: estudo de 2008 afirma que taxa de declínio da camada de ozônio começou a desacelerar, e outro estudo de 2014 sugere que os níveis de ozônio estão se recompondo. Em 2014 uma avaliação da Organização Meteorológica Mundial constatou que a recuperação teve início nas médias e baixas latitudes.
Em 2015, viu-se um dos maiores buracos na camada de ozônio da Antártida – área de 28,2 milhões de quilômetros quadrados em seu pico, levantando questionamentos sobre a real recuperação da camada. Ainda não se sabia os efeitos das erupções vulcânicas sobre a camada de ozônio. Pesquisadores descobriram que o vulcão Calbuco, Chile, entrou em erupção em abril de 2015 e liberou partículas de enxofre que reagiram com o ozônio da atmosfera, disparando reações que destroem a camada, aumentando o buraco.
Por meio de modelos climáticos, cientistas viram que o buraco sobre a Antártica, no mês de setembro encolheu, em média, 4,5 milhões de quilômetros quadrados entre 2000 e 2015. Este encolhimento ser encontrado no mês de setembro, isto é importante porque neste período aumenta a incidência de luz solar sobre a Antártida, iniciando reações atmosféricas que afetam a camada de ozônio.
Agora, a maioria dos cientistas se concentraram em outubro, mês em que o buraco de ozônio é maior. Essas impressões digitais de recuperação são mais fortes em setembro, uma vez que o buraco está aumentando, em média, 10 dias mais tarde que o padrão.
Medidas tomadas por balões meteorológicos sobre a Antártica também mostraram recuperação do ozônio nas altitudes, previstas pelos modelos da equipe. A tendência de recuperação nos meses de setembro é animadora, mas ainda é preciso acompanhar por mais alguns anos.
Ainda levarão algumas décadas para o buraco fechar completamente, ele continua tão grande quanto antes e não deve desaparecer antes do final do século, com suas implicações sobre a saúde humana e ecossistemas. Enquanto o buraco do polo norte não apresenta tendência de diminuir.
Fonte: Nature