Na última segunda-feira (02), cientistas no Reino Unido receberam o aval de uma agência do governo para iniciar a modificação de embriões humanos, utilizando uma técnica de edição genética cada vez mais popular chamada CRISPR

Este foi o primeiro projeto deste tipo a receber uma autorização do governo, de acordo com a reportagem da Nature News.

Será ilegal que os pesquisadores implantem os embriões experimentais em uma mulher

 

A bióloga de desenvolvimento Kathy Niakan pretende usar o CRISPR para entender melhor um gene chamado OCT4, que acredita ter um papel fundamental nos estágios iniciais de desenvolvimento do embrião (óvulo fecundado). O DNA orienta as células recém-divididas a tomar diferentes funções no organismo, mas os pesquisadores ainda não conseguiram estudar exatamente como isso acontece.

Nesta primeira fase de experimentação, os pesquisadores planejam inibir o gene OCT4, e observar como os embriões se desenvolvem nos primeiros 7 dias, período após o qual serão descartados. Os embriões utilizados virão de doações, principalmente de casais que não os utilizaram para a fertilizaçao in vitro, e será ilegal que os pesquisadores implantem estes embriões experimentais em uma mulher.

Mantenha a calma, é apenas para pesquisa.

Mantenha a calma, é apenas pesquisa.

Esta não será a primeira vez que cientistas utilizam o CRISPR para modificar genes de embriões humanos – isso já foi feito ano passado na China. (Mas o que é que ainda não foi feito na China, não é mesmo?)

Desde então, cientistas tem discutido a ética de como experimentar com essas poderosas ferramentas de edição genética, de maneira responsável. Há quem acuse a pesquisa de ultrapassar os limites. Ativistas do Human Genetics Alert, grupo também de Londres, teme que este seja o primeiro passo rumo aos bebês de proveta – tema abordado nesse post.

Porém, a comunidade científica tem mostrado grande apoio à pesquisa de Niakan e à aprovação da HFEA, uma vez que os cientistas por trás do experimento se certificaram de colocar restrições éticas no devido lugar.

Agora, Niakan precisa apenas do consentimento de um conselho de ética. Se ela conseguir isso, poderá iniciar os experimentos em apenas alguns meses.

A pesquisadora Kathy Niakan

A pesquisadora Kathy Niakan

Fonte: Popsci