Pelo seu intenso brilho e lento movimento entre as estrelas, Júpiter foi considerado pelos romanos o rei dos deuses (Zeus, para os gregos). Este é o maior planeta do Sistema Solar e o segundo em número de satélites (até hoje já descobriram 67). Júpiter também atraiu muito a imaginação do ser humano. Apesar do enorme tamanho sua densidade é baixa pois é composto, principalmente, de gases: pouco menos de 90% de hidrogênio, 10% de hélio e traços de metano, amônia, fósforo e vapor de água. Não é possível pousar em Júpiter. O disco que vemos é essencialmente atmosfera. Hoje temos ideia de que provavelmente existe um núcleo rochoso mais pesado que dez planetas Terra no interior do planeta gigante.

jupiter no cinema

Linha de cima: 2010 – as naves Leonov e Discovery entre Júpier e Io.
Linha do Meio: Europa Report – da esq. p/ dir. detalhes da nave e do planeta.
Linha de Baixo: Destino de Júpiter – o planeta no centro de uma disputa galáctica.

2001: Uma Odisseia No Espaço

Certamente a obra de Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke não foi a primeira história de viagem a Júpiter, mas certamente foi a primeira que o fez (pelo menos no cinema) de uma forma bem realista. O filme 2001: A Space Odyssey de 1968 mostra uma nave enorme para os padrões da época, a Discovery One, com uma tripulação quase toda em hibernação para poupar recursos.  Um computador gerenciando tudo e gravidade artificial (através de força centrífuga) foram toques de mestre. O filme completou 48 anos dia 02 de abril passado logo não é spoiler dizer que a missão do filme não foi muito bem sucedida. Apesar de que a missão ocupar a parte central do filme não vemos muitos detalhes do planeta. Não era de se estranhar: nenhuma sonda havia chegado tão longe até aquela data.

2010: O Ano Em Que Faremos Contato

Mas foi na sequência de 2001 que se viu mais detalhes de uma viagem a Júpiter. O filme de 1984 intitulado 2010, O ano em que faremos contato narra um missão soviética a bordo da nave Leonov que leva astronautas americanos para descobrir o destino da missão anterior. Eles encontram a Discovery One girando próxima a lua Io coberta de enxofre. Esta característica foi incluída a partir dos resultados das sondas que revelaram características das luas jovianas que em 1968 eram desconhecidas.

Outland, Comando Titânio

Esse eu tirei do fundo da baú: filme de 1981, Outland, Comando Titânio. O filme era uma espécie de western espacial ambientado em Io, a lua vulcânica de Júpiter. Tem, em seu elenco, nada menos que Sean Connery no papel principal, um xerife de uma comunidade de mineiros. Meio datado mas importante para quem quer conhecer o gênero.

Europa Report

As quatro maiores luas de Júpiter foram descobertas por Galileu Galilei em 1609. São luas tão grandes que se estivessem girando ao redor do Sol provavelmente seria consideradas planetas. Das luas galileanas a mais interessante é Europa que tem um oceano sob uma camada de gelo. Isto torna um alvo valioso para busca de vida no Sistema Solar. Este é o tema do filme de 2013 Europa Report que descreve de uma forma razoavelmente realista uma expedição internacional ao satélite com toques de terror. Recomendo.

Destino de Júpiter

Mais recente, em 2015 surge o filme Destino de Júpiter um belíssimo exemplo do gênero space opera cita uma característica atmosférica interessantíssima de Júpiter: a Grande Mancha Vermelha, um furacão maior que o nosso planeta que existe a, pelo menos, 300 anos. Visualmente impecável, apesar da história ter seus altos e baixos. Mas a premissa básica eu achei bem legal.

Vida em Júpiter, segundo Carl Sagan

A imagem do planeta Júpiter gerou alguma especulação científica. No episódio 2 de Cosmos (o original de 1980), As Origens da VidaCarl Sagan e o físico E. E. Salpeter apresentaram um hipotético ecossistema joviano baseado no fato do planeta não ter uma superfície sólida. Os seres vivos teriam que flutuar em uma altura onde atmosfera seria rica em compostos orgânicos. Descreveram predadores e presas de uma forma bem convincente, beirando a ficção científica.

As sondas: a exploração de verdade

sondas

Esquerda acima: Sonda Galileu.
Direita acima: Sonda Juno.
Abaixo: Voyager 2.

Até hoje oito sondas já visitaram Júpiter. As primeiras sondas a ultrapassar o cinturão de asteroides foram a Pioneers 1011 que alcançaram Júpiter em 1973 e 1974, respectivamente. Em 1979, duas sondas Voyager 1 e 2 sobrevoaram o planeta gigante tirando excelentes fotos de seu sistema de satélites. A sonda Ulysses fez duas passagens por Júpiter (uma em 1992 e outra 2004) em sua trajetória de exploração do polos solares. A Galileu entrou em orbita do planeta gigante em 1995. Naquela data foi enviada a primeira sonda para mergulhar na atmosfera joviana. Depois de oito anos ao redor de Júpiter a Galileu foi enviada para colidir e se incendiar na atmosfera joviana. Isto foi feito para evitar uma possível colisão com Europa, a lua mais promissora para busca de vida no Sistema Solar. A sonda Cassini, passando lá a caminho de Saturno, sobrevoou o planeta gigante em 2000 fazendo um mapeamento detalhado.  Em 2007 a sonda New Horizon passou próximo de Júpiter a caminho de Plutão.

A próxima sonda programada para explorar o rei dos planetas é a Juno. Sua chegada está prevista para outubro de 2016. Para 2020 está previsto o lançamento de uma sonda da ESA em conjunto com a Nasa: a Europa Jupiter System Mission (EJSM).

Se você conhece outros livros, filmes ou quadrinhos sobre missões a Júpiter por favor, comente.

Para saber mais: Júpiter